A terapia infantil é, muitas vezes, envolta em expectativas que nem sempre correspondem à sua real proposta. Muitos pais chegam ao consultório acreditando que algumas sessões serão suficientes para “resolver” todas as dificuldades da criança — e, por consequência, da família.
É compreensível que, diante de desafios emocionais, comportamentais ou escolares, os responsáveis busquem respostas rápidas. Mas é importante entender que a terapia não é uma fórmula mágica. Ela é um processo que exige tempo, continuidade e, principalmente, participação ativa da família.
A criança, geralmente, permanece em sessão por cerca de uma hora na semana. Todo o restante do tempo ela está em casa, na escola, convivendo com a família e com seu ambiente social. Por isso, o engajamento dos pais e cuidadores é essencial para que os avanços da terapia se consolidem fora do consultório.
Inclusive, dependendo da demanda, é comum que o terapeuta priorize, inicialmente, um trabalho direto com os pais, por meio de orientações específicas. Isso não significa “não atender a criança”, mas entender que o ambiente em que ela está inserida pode ser o ponto chave para sua melhora.
Então, o que esperar da terapia infantil?
Que ela seja um espaço seguro de escuta, construção e aprendizado — não apenas para a criança, mas para todos que participam de sua rotina. Espera-se colaboração, abertura à mudança e disposição para aprender e ensinar.
Afinal, não existe trabalho terapêutico com a criança sem o envolvimento real da família. Precisamos falar a mesma língua — pais, cuidadores, profissionais e escola. Aliás, esse último ponto é tema para um próximo artigo!
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